Os negócios em agtech movimentam bilhões no mundo. No Brasil não é diferente, ainda mais porque somos um país de grandes proporções agrícolas, com inúmeras oportunidades de inovação no setor, seja por meio do uso intensivo de tecnologias, de softwares de gestão, aplicativos móveis de monitoramento ou outras soluções.
Um bom exemplo da relevância do país nesse setor é o nosso cliente SP Ventures, um fundo de venture capital pioneiro em agronegócios que recentemente se destacou por entrar na lista da Crunchbase como uma das empresas de capital de risco mais ativas em agtech nos últimos 10 anos.
O SP foi a única Venture Capital brasileira nessa lista, em quinta posição global.
Para falar sobre Agtech, investimentos, governança e venture capital, nós entrevistamos Francisco Jardim e Felipe Guth, sócios e fundadores da SP Ventures.
MCM – Como a pandemia está afetando os negócios de agtech no Brasil?
Francisco Jardim – Inicialmente a pandemia gerou uma trava nos novos investimentos, mas na prática acelerou muitos os negócios das agtechs. Acho que não teve uma agtech que não foi beneficiada diretamente pela crise do Covid. A digitalização acelerou, porque as feiras foram canceladas e eram uma das principais oportunidades do produtor comprar e conhecer tecnologias. Bom isso tudo foi pro digital. O ecommerce “bombou” com fechamento de cartórios, bancos e restrição de mobilidade. O produtor começou a buscar formas de financiamento, acesso a crédito no digital, então o conceito das aghfintechs acelerou também, culminando hoje na criação formal da vertical agro dentro das B Fintechs. Os biológicos, outra vertical de agtechs também bem popular aqui no Brasil, já estavam crescendo e foram muito acelerados pelo Covid. Porque os concorrentes dos biológicos, os químicos, “porraram” de preço, então as moléculas químicas ficaram pouco competitivas em comparação ao biológico, além do biológico ser muito mais sustentável. E a onda de sustentabilidade também acelerou.
MCM – A SP Ventures ganhou destaque na lista do TOP VC do Crunchbase. O que essa conquista significa para a gestora?
Francisco Jardim – Acredito que foi ótimo para a nossa equipe. A gente vê a lista e sabe que a gente está investindo em agtechs desde 2009, quando a gente fez nosso primeiro fundo. E o agro é uma cadeia difícil e que demanda especialização. Então figurar naquela lista com outros investidores de renome mundial reforça que a gente tá no caminho certo. Um caminho longo e difiícil, mas que a gente já atravessou uma boa parte dele. E a gente ficou superfeliz com o reconhecimento internacional e de ver que o Brasil não é só uma potência de produção agrícola. Ele é uma potência de produção, de ciência, de empreendedorismo e de inovação em venture capital no agronegócio.
MCM – Foi anunciada recentemente a criação de um novo fundo da SP Ventures. A primeira captação disponibilizou R$ 90 milhões e reúne investidores de peso, como os fundos globais de Venture Capital como BASF Venture Capital, Syngenta Ventures, FoF Capria e a BID Labs, braço de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Qual o foco desse fundo e que tipo de empresas estão no radar de investimentos de vocês?
Francisco Jardim – Nosso fundo novo é um fundo Latam, mas que vai ser principalmente, até por causa do COVID restringindo as nossas mobilidades, um fundo mais focado aqui em nossa região, Brasil, Argentina, Colômbia. Ele é um fundo para investir em seed série A, só agfoodtech, cheques de U$ 500 mil até U$ 3 milhões de entrada – depois a gente pode dobrar e até triplicar após ter algumas transações que tiverem indo bem, mas aí defendendo posições lá na frente. E a gente tá investindo na cadeia inteira do agronegócio, desde biológico, live science, digital, dentro e fora da porteira, e cadeia da proteína animal e cadeia da proteína vegetal. Em resumo, a gente mapeia. O nosso radar e raio x da cadeia estão segregados em seis caixas e todo investimento que a gente faz tem que estar em pelo menos 3 dessas 6 caixas. Então primeiro a gente segrega por qual cadeia que o negócio está inserido, se é da proteína vegetal ou da proteína da carne (animal). Segundo, qual o tipo de tecnologia que viabiliza escala do negócio, se é biotech ou digital. Em terceiro qual o estágio da cadeia em que o negócio está, se está dentro da porteira (se é uma operação agronômica) ou se está fora da porteira (mais downstream), ou seja uma fintech ou logística para o agro.
MCM – Como o crescimento do setor agtech está relacionado às boas práticas de governança?
Felipe Guth – Boas Práticas de Governança precisa estar no dia a dia de qualquer empresa que busca um crescimento sustentável. O setor de Agtech vem se profissionalizando, com empreendedores e profissionais mais bem preparados, bem como maior número de investidores. Assim, as empresas precisam se diferenciar e uma boa Governança, além de gerar valor para a companhia, ajuda ela a se diferenciar de seus concorrentes, e resulta em melhores resultados.
MCM – De que forma a governança corporativa pode ser uma ferramenta importante para startups e investidores neste momento de crise provocada pelo COVID-19?
Felipe Guth – O Covid-19 mudou o jeito de trabalhar de todos, as empresas que possuem uma Governança mais robusta, tinham processos de tomada de decisão estruturados e conseguiram tomar as decisões necessárias com maior agilidade. Assim, neste momento de incerteza você ter organização é essencial para a continuidade do negócio.
MCM – Muitos empreendedores de Startups acreditam que a implantação de um programa de compliance representa um custo desnecessário ou engessamento. Mas, até que ponto a governança é uma prerrogativa para captar com investidores?
Felipe Guth – Governaça é uma prerrogativa tanto para captar quanto para fazer negócios. A empresa precisa buscar estruturar a sua Governança de acordo com o seu porte e seu momento, no início todo novo processo pode parecer complexo e moroso, porém após um tempo passa a fazer aprte do cotidiano. As stratups precisam trabalhar a governança de forma constante para que seja uma alavanca de crescimento para a companhia.
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