CFO da Digibee, Rafael Nardelli apresenta com detalhes como se estruturar para conseguir expandir de forma sustentável os negócios
“Muito da estrutura que temos hoje (Digibee) é porque vamos precisar lá na frente. Então, por que não começar agora?”. É com essa reflexão que Rafael Nardelli, Chief Financial Officer (CFO) da empresa, destaca a importância de organizar processos e possuir uma estratégia desde o início de uma companhia.
Plataforma que soluciona uma grande dor do mercado corporativo ao simplificar integrações complexas, a Digibee participou em 2022 e 2023 de duas rodadas de investimentos, onde recebeu aportes Série A (US$ 25 milhões) e Série B (US$ 60 milhões) de fundos importantes e conhecimento do mercado.
Para um futuro próximo, a expectativa de fazer uma oferta pública inicial. “É óbvio que olhamos para o longo prazo com a ambição de fazer um IPO de 3 a 5 anos. É natural que a gente pense isso. Por quê? Uma empresa que tem uma solução disruptiva como a nossa, que tem uma possibilidade de expandir globalmente, tem um mercado muito grande, a gente enxerga que essa empresa será sustentável a longo prazo, que vai ser uma geradora de caixa. E quando formos a IPO vai gerar dividendos e remunerar os acionistas que investirem na empresa”, destaca Nardelli.
Com tamanho atrativo para os investidores, é possível verificar que a companhia possui muito mais do que um produto eficiente, escalonável e promissor. Em seus pilares, a adoção de boas práticas de governança desde o início, com uma estratégia sólida, bem definida e colocada em prática com eficiência. Tudo isso com processos transparentes, aprimorados constantemente, com base nos princípios da filosofia agile.
Tamanha eficiência foi comprovada na prática durante as diligências realizadas na companhia, comprovando aos investidores o potencial do negócio. Dessa forma, o caso Digibee serve como inspiração e, principalmente, como ensinamento para as demais companhias que almejam subir os degraus do mercado corporativo até conquistar o topo.
Digibee e as diligências
No podcast da MCM Corporate, Rafael Nardelli explicou com detalhes a forma de atuação da Digibee para a Marcela Huertas, especialista em diligências para economia digital e fundadora da MCM Corporate Diligências.
Na ocasião, o CFO ressaltou que o objetivo inicial de uma diligência é habilitar o investimento. “Vocês dão essa tranquilidade aos fundos e as empresas que estão precisando avaliar se aquela empresa é sólida, se tem a governança correta, com os processos adequados para que o investimento seja feito”.
Entretanto, ele explica que o produto-final de uma due diligence contribui para a criação de um mapa estratégico, apresentando rumos para projetos e oportunidades que, quando aprimorados, torna-se mais robusto para os próximos passos que uma empresa precisa dar.
Por conta disso, a Digibee desdobra os dados apurados durante as diligências em mapas de atuação que auxiliam em toda a companhia, contribuindo principalmente com as áreas de nível e para toda a parte financeira em termo de processo, de RP, de fluxo de informação, governança, LGPD e assim por diante.
Dessa forma, Nardelli acredita que esse é o valor agregado que as empresas recebem ao passar por uma diligência.
Importância da transparência nos processos
Para as empresas que trilham o caminho e traçam uma estratégia de IPO, um dos grandes propósitos é adotar boas práticas de governança, conseguindo apresentar de forma transparente as operações da empresa para os futuros investidores.
A conquista dessa maturidade, porém, precisa ser trabalhada desde a fundação da companhia. Para facilitar o entendimento, imagine como é mais fácil manter uma casa funcionando de forma eficiente promovendo a arrumação do ambiente de forma constante e aprimorando a organização a cada dia. De forma muito mais completa, uma empresa funciona da mesma forma.
Colocadas em prática desde o início, as boas práticas de governança começam a atuar a cada dia com mais vigor, desenvolvendo-se constantemente em todas as áreas. Em meio à rotina do dia a dia, esse processo diário de aprimoramento consegue alavancar a companhia a patamares cada vez mais elevados.
“A rodada de investimento de venture capital é para acelerar o crescimento e fazer em 2 anos o que uma empresa normal faria em 10 ou 15. Então como a gente faz isso? Fazemos se preparando! Investindo em todas as áreas da empresa para que isso ocorra de maneira natural”, reforma o CFO da Digibee.
Nesse processo de maturação, Nardelli explica que é preciso avaliar todos esses fatores, garantindo a frequência necessária para que tudo consiga caminhar junto, de forma harmônica.
Caminho até o IPO
Com esse processo evolutivo natural, é normal as companhias sonharem com patamares mais elevados. Nesse trajeto, diversos fatores precisam estar alinhados, com todos os setores atuando em conjunto, com aprimoramento constante.
“Nós temos um direcionamento estratégico. Enxergamos a Digibee como uma empresa de longo prazo, onde a gente vê o nosso produto, a solução que entregamos, o valor que colocamos aos nossos clientes de maneira disruptiva que abordamos esse problema da integração e acreditamos que isso precisa ser escalado de maneira global”.
Mas como trilhar esse caminho de forma evolutiva sem ficar perdido no trajeto no meio das diversas tarefas realizadas rotineiramente? “Precisamos separar o dia a dia e o que são os projetos estruturantes que fazem com que a nossa rotina melhore. E aqui vem muito dessa ideia do agile, de como a gente consegue colocar projetos e processos em benefício da nossa rotina, melhorando todo dia o que fazemos”, afirma Nardelli.
Como exemplo, o CFO destaca a área financeira de uma empresa, setor com uma grande quantidade de rotinas e processos. Apesar das atividades rotineiras necessárias, existe a necessidade de trabalhar o aprimoramento permanente, o que envolve a automação de tarefas e o desenvolvimento de uma visão crítica da dinâmico como um todo.
“E aqui vem muito dessa ideia do ágil, de como a gente consegue colocar projetos e processos em benefício da nossa rotina, melhorando todo dia o que fazemos”.
União de forças
Destacando especificamente da área financeira, Nardelli destaca a importância de trabalhar em conjunto com as demais áreas para o crescimento de toda a companhia.
Nesse caminho, torna-se necessário manter um planejamento de cada passo, tendo um plano traçado para os investimentos necessários. Dessa forma, as prioridades são estabelecidas com todas as lideranças dos diferentes setores, sempre pensando na companhia.
Isso certamente permitirá identificar as necessidades e ações, prever boa parte das variáveis envolvidas e, com isso, identificar os valores desejados para o sucesso de cada passo.
“Se eu tenho uma coisa estratégia para fazer e o caixa diz não é porque nós não fizemos a estratégia direito, é porque não consideramos todas as variáveis que a gente precisava. Caso contrário, o caixa levantado tem que ser possível”.
Claro que essa tarefa conjunta envolve a análise de parâmetros, como: conta de retorno, onde precisa chegar com o investimento e quanto conseguirá alavancar. Portanto, o compartilhamento de conhecimento é fundamental, garantindo agilidade nas ações com todos atuando na mesma frequência.
“De maneira prática, se eu pudesse dividir em pilares, você tem a diretriz estratégica, um planejamento tático e a execução. E nesse planejamento tático é onde as coisas aparecem e você precisa de certa forma priorizar e colocar isso tudo dentro do plano que a empresa está se propondo a fazer”.
Dica de ouro
Como dica final, Nardelli traz uma reflexão e sugere uma mudança de postura. Para isso, ele recorda do início da carreira, onde a área financeira era associada sempre com a palavra “não”, o que pode limitar o crescimento das companhias.
Ao invés de manter essa postura, a sugestão é buscar caminhos para viabilizar os projetos necessários dentro de um plano traçado. “Eu não sou o financeiro que vai falar não, mas aquele que vai te ajudar a encontrar o melhor sim”.
O “sim”, claro, está relacionado com uma negociação. Mas certamente é possível encontrar uma alternativa viável. “Isso cria uma relação de confiança. Dessa forma, conseguimos fazer algo que seja produtivo em benefício da empresa e não em benefício de um departamento”.
Como recado final para os gestores da área de finance que realmente desejam participar de uma maneira efetiva, o CFO da Digibee recomenda ir até a área ao lado e perguntar: qual é o seu maior desafio hoje? Ao receber a resposta, ele indica tentar trabalhar em conjunto na solução. “Isso traz velocidade da maneira que os problemas são discutidos”.
Para conferir o podcast completo com o bate-papo com Rafael Nardelli é só acessar o link. Quer aprender mais sobre diligência e dos assuntos relacionados com o mundo corporativo? Então, navegue na página da MCM Corporate.
Com um perfil complementar, o conselheiro consultivo auxilia até mesmo na criação de indicadores para auxiliar no crescimento da empresa
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